quinta-feira, 11 de junho de 2009

Tropismo

Tropismo

Movimentos permanentes e dirigidos, resultantes de estímulos exteriores, ou o próprio crescimento de um ser vivo, são geralmente denominados tropismos. Este desenvolvimento do organismo faz-se habitualmente num determinado sentido por acção de numerosas causas exteriores.
Estes movimentos são extraordinariamente lentos, não podendo ser observados senão pelos seus efeitos ou utilizando séries de fotografias com intervalos determinados de tempo.
Nas plantas, onde são mais facilmente observados, consideram-se como principais três tipos de tropismos: fototropismo, gravitropismo e tigmotropismo.
Fototropismo
O crescimento da maioria dos caules das plantas tem um desenvolvimento vertical, enquanto os ramos crescem, na generalidade, horizontalmente. Se uma caixa opaca é colocada sobre uma planta que cresce verticalmente e se corta a caixa de um lado para receber luz só desse lado, a extremidade da planta, dentro de algumas horas, começa a curvar-se na direcção da luz. Se se retirar a caixa, o crescimento é compensado, voltando a extremidade a crescer verticalmente. O movimento em direcção à luz é denominado fototropismo positivo. Se um movimento similar ocorre em direcção oposta à da fonte luminosa, denomina-se fototropismo negativo. As extremidades superiores da maioria das plantas são fototrópicas positivas, enquanto as raízes ou não são sensíveis ou são fototrópicas negativas.
As folhas torcem muitas vezes os seus pecíolos, como resposta à iluminação, ficando colocadas perpendicularmente à fonte luminosa. Há plantas em que as folhas têm orientação solar, mantendo os limbos constantemente perpendiculares à direcção do sol durante todo o dia. Alguns autores denominam este movimento heliotropismo, mas neste caso não há participação, com respostas fototrópicas, dos caules, das raízes e do crescimento.
Rigorosamente falando, a torção dos pecíolos que facilita este tipo de movimento devia ser chamada foto-torção, porque são as células que ligam o pecíolo ao limbo que controlam o movimento.
As reacções fototrópicas dos órgãos das plantas têm um grande valor adaptativo à captura de grande quantidade de energia luminosa, possibilitando uma actividade fotossintética eficiente. Além disso, determinam a forma da planta.
A auxina estará presente como mediadora em alguns casos de fototropismo, mas não em todos.
Gravitropismo
Outra resposta normal das plantas é o gravitropismo, geralmente conhecido como geotropismo.
Este tipo de tropismo provoca a tendência dos caules para crescerem no sentido ascendente e as raízes no sentido descendente. Qualquer destas reacções tem um carácter vincadamente adaptativo. Os caules que crescem ascendentemente são mais aptos a encontrar um meio favorável do que os que não crescem ascendentemente. O fenómeno é actualmente designado por gravitropismo, pois é claramente uma reacção à gravidade e não à terra (prefixo geo-) como tal.
Nas plantas que estão colocadas horizontalmente, há diferenças entre as concentrações de auxina nas partes superior e inferior do caule, sendo muito maior na parte inferior. O diferente desenvolvimento das células provoca a curvatura do caule. A auxina é um poderoso inibidor do crescimento da raiz, e uma concentração muito pequena de auxina induz a raiz a curvar-se para o lado onde a concentração de auxina é maior. As diferenças de concentração no caule provocam o crescimento do caule ascendentemente, contrariando a força da gravidade - gravitropismo negativo. Na raiz, os gradientes de concentração da hormona auxina nunca foram bem documentados. Contudo, a maior parte das raízes crescem para baixo - gravitropismo positivo.
Tigmotropismo
O tigmotropismo é uma reacção das plantas ao contacto. As reacções pelas quais as gavinhas se enrolam e encostam ao caule ou outros suportes são surpreendentemente rápidas.
Este comportamento é o resultado de um rápido crescimento em resposta ao toque. Grupos de células especializadas da epiderme dão esta resposta, mas o seu mecanismo de funcionamento não é conhecido.
As gavinhas de muitas espécies de plantas enrolam-se em torno de um suporte na direcção em que a gavinha foi tocada, mas as gavinhas de outras plantas enrolam-se na mesma direcção, independentemente do lado em que a gavinha foi tocada pela primeira vez. A auxina e o etileno influenciam o crescimento das gavinhas. Podem induzir o enrolamento na falta de qualquer estímulo por contacto.
Há autores que, conforme a natureza do estímulo, consideram a existência de outros tipos de tropismo: quimiotropismo, quando o estimulante é uma substância química, termotropismo, quando o estímulo é o calor, etc.



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